Dr. Rodrigo Barbosa

Gastrocirurgia e Proctologia

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Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma síndrome grave que pode afetar diversas camadas da parede intestinal. Se não for tratada adequadamente, ela causa complicações sérias, incluindo obstruções intestinais, fístulas, úlceras e até câncer de cólon e reto.

Trata-se de uma doença inflamatória intestinal, DII. É considerada uma condição crônica e ataca, principalmente, a parte terminal do intestino delgado, chamada de íleo, e o cólon. Todavia, essa enfermidade pode se desenvolver em qualquer parte do sistema digestivo.

A inflamação pode se manifestar nas diversas camadas da parede intestinal, incluindo mucosa, submucosa, muscular e serosa.

A enfermidade recebeu esse nome, porque Burril Bernard Crohn foi o primeiro autor a assinar artigos relacionados a casos do tipo.

Quais são os sintomas da doença de Crohn?

Os sintomas clássicos da doença de Crohn são os seguintes:

  • Dor abdominal.
  • Diarreia, que, às vezes, pode conter sangue.
  • Febre.
  • Perda de peso.
  • Fraqueza devido à dificuldade do organismo em absorver nutrientes.

Entretanto, outro ponto importante para destacar a respeito dos sintomas é a probabilidade de algumas complicações que podem atingir outras regiões do corpo, como:

  • Artrite.
  • Aftas.
  • Lesões na pele.
  • Inflamação dos olhos.

Qual a diferença entre síndrome de Crohn e colite ulcerativa?

A síndrome de Crohn e a colite ulcerativa ou retocolite ulcerativa podem provocar confusão devido à grande semelhança entre elas. Ambas são classificadas como doenças inflamatórias intestinais ou DIIs.

Contudo, a principal diferença está relacionada à área afetada. Enquanto a síndrome de Crohn pode atacar todas as camadas do intestino, a colite ulcerativa surge apenas na mucosa do cólon e de forma contínua.

O que causa a condição?

A síndrome de Crohn não tem causas exatas definidas. Entretanto, existe a hipótese de que o problema possa aparecer em virtude de um funcionamento irregular do sistema imunológico.

O seu nível de incidência é similar entre homens e mulheres. A maior parte dos casos ocorre entre os 20 e os 40 anos de idade.

Acredita-se ainda que a herança genética tenha envolvimento com o surgimento do problema. Os cientistas têm se esforçado para identificar quais os genes que desencadeiam a enfermidade. Já ficou claro que há maior incidência, quando existem casos anteriores na mesma família.

Níveis de classificação da doença de Crohn

Uma característica preocupante da doença de Crohn é que, geralmente, não há uma evolução definida da doença. Os sintomas podem aparecer de repente e em intensidades variadas.

Isso acontece porque a condição se comporta de forma diferente em cada indivíduo. Mesmo assim, é possível classificar a doença de acordo com o nível de incômodo que ela causa ao paciente.

Grau leve a moderado

Os sintomas nesse estágio costumam ser diarreia e dor abdominal, porém, o paciente não é prejudicado em atividades básicas, como andar e comer.

A pessoa acometida pela doença também não apresenta desidratação, febre alta, obstrução ou grande perda de peso nessa fase.

Grau moderado a severo

Nessa etapa, o paciente não obteve sucesso ao tratar os sintomas leves da doença. Agora, os incômodos são maiores, havendo febre, perda de peso significativa, dores fortes no abdômen, náuseas e vômitos.

Fulminante

O paciente não reage bem aos tratamentos dos níveis anteriores e apresenta os sintomas do estágio grave de forma mais intensa. Também podem ocorrer obstruções intestinais.

Moderado

Os casos moderados de colite incluem os pacientes que têm mais de quatro episódios de diarreia por dia, com a presença de sangue. Também há manifestação de dor leve ou moderada, assim como pode ser detectada uma anemia leve.

O indivíduo apresenta febre baixa nesse grau da condição. Por outro lado, ele consegue se alimentar de forma satisfatória e não existe grande perda de peso.

Como é feito o diagnóstico da doença de Crohn?

O primeiro passo para o diagnóstico da doença de Crohn é um exame clínico do paciente, bem como um estudo dos seus históricos.

Os testes laboratoriais também são essenciais nessa fase, visto que não há um procedimento específico para constatar o problema. Isso ocorre porque os sintomas e as áreas comprometidas podem fazer com que a enfermidade seja facilmente confundida com outras doenças intestinais.


Além disso, como todo o trato gastrointestinal pode ser afetado, é necessário que o médico verifique os locais e a gravidade das lesões. Para isso, o profissional pode solicitar exames de imagem, como:

  • Endoscopia digestiva.
  • Colonoscopia.
  • Raio-X.
  • Tomografia.
  • Ressonância magnética.

Uma relação de confiança entre o médico e o paciente é fundamental para o diagnóstico correto. Por isso, a descrição exata dos sintomas e as respostas sinceras a todas as perguntas feitas são cruciais na hora de classificar o problema.

Qual médico trata esse tipo de síndrome?

Ao perceber qualquer um dos sintomas da síndrome de Crohn, é muito importante saber qual médico procurar, visando dar início ao tratamento apropriado. Existem alguns profissionais competentes para essa tarefa, dentre os quais, podemos citar:

  • Gastroenterologista.
  • Coloproctologista.
  • Cirurgião do Aparelho Digestivo.

Existe cura para a síndrome de Crohn?

Por enquanto, não há cura para a doença de Crohn, mas existem tratamentos eficazes que visam aliviar os sintomas e conter o processo inflamatório. Isso faz com que a pessoa possa levar uma vida normal.

No entanto, os cuidados precisam ser constantes, pois a doença pode ficar sob controle e, posteriormente, retornar com fortes crises e muito desconforto.

Então, ao identificar o problema, o médico deve propor um tratamento de acordo com a intensidade dos sintomas. Geralmente, os medicamentos são receitados, visando aliviar o quadro.

Em casos mais graves, pode ser preciso administrar corticosteroides. Entretanto, se esse tratamento não fizer com que os sintomas melhorem, há opções de drogas imunossupressoras. Porém, elas podem gerar efeitos colaterais.

Em último caso, o especialista recorre ao procedimento cirúrgico, com a finalidade de melhorar a situação. Essa abordagem é normalmente utilizada nas situações de:

  • Obstrução intestinal.
  • Doença perineal.
  • Hemorragias.
  • Fístulas.

O tratamento vai variar de paciente para paciente, sendo indispensável procurar por um especialista que avalie melhor o caso.

Dicas para reduzir as crises da doença de Crohn

Embora não haja cura para a doença de Crohn, as pessoas que são diagnosticadas conseguem levar uma vida completamente normal.

Com o objetivo de evitar que os sintomas voltem, os pacientes podem tomar algumas medidas em seu dia a dia:

  • Não fumar.
  • Praticar exercícios físicos de forma moderada.
  • Adotar uma alimentação mais saudável.
  • Não consumir alimentos que possam agravar o problema.
  • Evitar situações de estresse.
  • Observar as fezes. Se encontrar vestígios de sangue ou outras alterações que não pareçam normais, busque um médico.

Essa enfermidade não é considerada fatal. Apesar de ser crônica, o paciente pode evitar qualquer complicação ao manter os cuidados necessários.

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