Dr. Rodrigo Barbosa

Gastrocirurgia e Proctologia

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Cisto pilonidal

O cisto pilonidal, também conhecido como cisto sacro ou cisto dermoide, é uma condição comum que afeta a região próxima ao cóccix, na base da coluna vertebral.
Entenda o que é o problema suas causas, fatores de risco, sintomas, diagnóstico, formas de tratamento e recomendações para prevenir esse problema.

O termo “cisto pilonidal” atualmente não é mais utilizado amplamente entre cirurgiões e proctologistas, o termo mais correto a ser empregado é “doença pilonidal”, aja visto que essa condição tem apresentação clínica diversa, além de ao contrario de qualquer doença cística, a doença pilonidal não apresenta capsula, diferenciando-a assim dos cistos em geral.

O que é cisto pilonidal

O cisto pilonidal é uma cavidade que se desenvolve na região do cóccix, podendo evoluir com fístulas cutâneas, e doenças degenerativas da região. Geralmente ocorre
devido ao acúmulo de pelos, sujeira e detritos de pele nessa área. Esses materiais entram nos poros da pele e causam uma reação inflamatória, levando à formação do
cisto. O termo “pilonidal” deriva do latim “pilus” (pelo) e “nidal” (ninho).

Embora a condição seja mais comum em homens jovens, também pode afetar mulheres. Ela pode ainda variar em tamanho, desde pequenos abscessos até grandes cavidades cheias de pus.

Causas e fatores de risco para o cisto pilonidal

Exatamente quais são as causas do cisto pilonidal ainda não é totalmente entendido. Porém, alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento. A migração de células pilosas para camadas mais profundas da pele é um dos principais desencadeadores dessa condição, causando irritação, inflamação e infecções.

Outros fatores de risco incluem o aumento da sudorese na região do cóccix, anatomia local específica, como a presença de um sulco coccígeo profundo, e predisposição genética.

Sintomas

Os sintomas da doença pilonidal podem variar de leves a graves. Inicialmente, a pessoa pode apresentar vermelhidão, inchaço e dor na região próxima ao cóccix. Mas, à medida que o cisto se desenvolve, pode ocorrer a formação de uma fístula, que é uma passagem anormal conectando o cisto à pele. A fístula pode drenar pus, sangue ou fluido seroso, resultando em mau odor.

Além disso, pode haver coceira, sensibilidade local e dificuldade em sentar-se ou movimentar-se confortavelmente.

Diagnóstico

O diagnóstico de doença pilonidal é geralmente feito por meio da avaliação clínica e histórico do paciente. O médico pode examinar a área afetada e procurar sinais visíveis do cisto, como vermelhidão, inchaço ou uma abertura cutânea. Em alguns casos, exames complementares, como ultrassonografia ou ressonância magnética, podem ser solicitados para obter informações mais detalhadas sobre a extensão do cisto ou para descartar outras condições.

Tratamento para cisto pilonidal

O tratamento para cisto pilonidal depende da gravidade dos sintomas e da extensão da condição. Em casos leves, medidas conservadoras podem ser adotadas, como a aplicação de compressas mornas para aliviar a dor e promover a drenagem.

No entanto, a forma mais eficaz de tratamento, especialmente para casos recorrentes ou graves, quando há a presença de um processo inflamatório ativo, abscessos recorrentes e dor local, é a intervenção cirúrgica.

A cirurgia é realizada para remover o cisto, juntamente com qualquer tecido inflamado ou infectado. Existem, portanto, diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis. Mas a escolha do procedimento dependerá das características do cisto e da preferência do cirurgião. Em geral, a cirurgia é eficaz na resolução do problema, embora possa exigir um período de recuperação pós-operatória.

Cirurgia de Retirada de Cisto Pilonidal

A cirurgia aberta, que envolve a remoção agressiva de todo o cisto pilonidal, tem uma taxa de cicatrização superior a 91% em estudos científicos. No entanto, existem pontos a serem considerados.

Quando são feitas suturas para fechar a ferida, apesar do tempo de cicatrização ser mais curto, a possibilidade de recorrência da doença é maior. Por outro lado, deixar a ferida aberta resulta em um período de cicatrização mais longo e pode atrapalhar o retorno ao trabalho devido à quantidade de secreção local.

Outros Tratamentos cirúrgicos

Existem abordagens mais agressivas, como a mobilização de retalhos de pele e/ou músculo, em que a área afetada é removida e coberta com pele de uma região doadora próxima.

Embora essas técnicas exijam um procedimento mais extenso, o tempo de recuperação não é tão longo, e as taxas de cicatrização completa são superiores a 94%. A escolha do tipo de retalho depende da experiência do cirurgião, do tipo de doença e da anatomia do paciente.

Técnicas Minimamente Invasivas

Atualmente há duas técnicas minimamente invasivas para a retirada de cisto pilonidal. Ambas as são relativamente simples, com taxas de cicatrização entre 88-95%, e menos agressivas ao corpo do que as cirurgias abertas:

Laser de diodo: consiste na aplicação de um laser através do trajeto da doença após curetagem da região, o laser promove destruição das células da doença pilonidal e promove a cicatrização local mais rápida.

Episit©: utiliza uma microcâmera para identificar e remover os pelos acumulados, seguido de cauterização do trajeto da doença.

É possível ainda a combinação dessas duas técnicas, também conhecida como Lepisit (Laser + Episit), é uma das tendências atuais no tratamento, onde podemos com a câmera visualizar e retirar pelos sob visão direta, seguido da aplicação do laser.

A recuperação da cirurgia

Existem cuidados importantes que devem ser seguidos após a cirurgia para a retirada do cisto. Independentemente da técnica utilizada para fechar a ferida, algumas medidas são comuns e geralmente são prescritas pelo médico. Aqui estão alguns desses cuidados:

– Curativo: é necessário trocar o curativo diariamente, utilizando soro fisiológico, gaze e as pomadas prescritas. Manter as feridas limpas, arejadas e realizar a troca de curativos adequada é essencial para reduzir o risco de infecções.

– Roupas: opte por roupas com tecidos leves e mantenha a região do curativo arejada. O atrito da ferida com as roupas pode causar sangramentos e infecções. Portanto, escolha peças frescas e evite o contato que possa abafar a ferida ou permitir a entrada de agentes prejudiciais à cicatrização.

– Alimentação: mantenha uma dieta saudável e adequada, pois a alimentação desempenha um papel importante na cicatrização e recuperação do organismo. Inclua alimentos ricos em proteínas, vitaminas e nutrientes essenciais, como carnes, oleaginosas, verduras, legumes e frutas cítricas.

– Depilação a laser: caso haja excesso de pelos na área, mantenha-a depilada para evitar o surgimento de novos pelos e possíveis recorrências do cisto. Em alguns casos, a depilação definitiva pode ser recomendada no pós-operatório.

– Exercícios físicos: evite exercícios físicos após a cirurgia até a cicatrização completa, pois eles podem comprometer a pele através da tração, e causar problemas na cicatrização.

– Relações sexuais: evite relações sexuais nos primeiros 10 dias após a cirurgia para permitir uma adequada cicatrização.

– Retorno às atividades cotidianas: geralmente, dentro de 7 dias a um mês, é possível retornar ao trabalho e às atividades diárias, incluindo dirigir. No entanto, é importante evitar passar longos períodos sentado.

Prevenção

Embora a doença pilonidal não possa ser completamente evitado, algumas medidas podem ser tomadas para reduzir o risco de desenvolver a condição. Manter a higiene adequada na região do cóccix, por exemplo, incluindo a limpeza e secagem cuidadosas após banho ou atividades físicas, pode ajudar a prevenir o acúmulo de sujeira e pelos.

Além disso, evitar o hábito de sentar-se por longos períodos, especialmente em superfícies duras, pode reduzir a pressão e o atrito na área do cóccix.

Um fator importante para reduzir a chance de recidiva após a cirurgia é a realização de depilação a laser da região (o ideal é realizar 10 sessões).

Outras considerações

O cisto pilonidal é uma condição comum que afeta a região próxima ao cóccix. Embora suas causas exatas não sejam claras, o pelo encravado e outros fatores de risco podem desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento.

O tratamento cirúrgico é geralmente necessário para casos mais graves ou recorrentes, proporcionando alívio e prevenindo complicações futuras. Diferentes técnicas estão disponíveis, cada uma com suas vantagens e desvantagens. A escolha da abordagem deve ser baseada nas características do paciente e nas expectativas individuais.

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