Olá a todos, sou o Dr. Rodrigo Barbosa, e estou de volta para abordar um assunto de extrema importância e que gera muitas dúvidas: como fazer bariátrica pelo sus e os requisitos necessários para isso.

Neste artigo, também veremos se é possível realizar o procedimento pelos planos de saúde e como é o processo. Leia até o final.

Bariátrica pelo SUS: entenda os critérios

Antes de mais nada, já adianto que sim, a cirurgia bariátrica está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, como ocorre com diversos procedimentos na saúde pública brasileira, a lista de espera para cirurgia bariátrica pelo SUS é considerável, podendo levar anos.

Além disso, para ter acesso a essa cirurgia, é preciso que o paciente atenda a critérios específicos estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e pelos centros especializados em obesidade.

Para aqueles que consideram a cirurgia bariátrica pelo SUS, é importante compreender o que precisa para fazer bariátrica pelo SUS:

• Pacientes com obesidade grau 1, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 kg/m², e diabetes;

• Pacientes com obesidade grau 2 (IMC superior a 35 kg/m²) e com outras comorbidades, como alto risco cardiovascular, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica de difícil controle, apneia do sono, depressão e doenças articulares degenerativas, também podem ser consideradas, desde que não tenham obtido sucesso no tratamento clínico longitudinal por no mínimo dois anos e tenham seguido protocolos clínicos.

Acesse aqui a lista atualizada de comorbidades que poderão ter indicação para a realização da cirurgia bariátrica.

• Todos os pacientes com obesidade grau 3 (IMC superior a 50 Kg/m²).

O processo para realizar a cirurgia bariátrica pelo SUS envolve várias etapas. Inicialmente, é necessário procurar um posto de saúde para que profissionais te avaliem como um possível candidato à cirurgia bariátrica e metabólica.

A partir daí, os postos de saúde encaminharão você para os centros especializados em obesidade, onde uma avaliação multiprofissional será realizada para determinar a necessidade e a viabilidade da cirurgia.

Se você não sabe seu IMC, você pode calcular utilizando nossa inteligência artificial.

Procedimentos para solicitar cirurgia bariátrica pelo SUS

Uma vez que você já sabe que se enquadra nos requisitos para realização da cirurgia, deve procurar um posto de saúde e pedir acompanhamento. O posto de saúde deve te direcionar para os centros especializados em obesidade. 

Em São Paulo, temos diversos, como o centro do Hospital das Clínicas (HC), da Santa Casa, os centros da grande São Paulo – ABC, da Unifesp, entre outros. Porém, como já dito, a fila de espera é grande.

Então, se você tem o desejo de realizar bariátrica pelo SUS, não tem condição de ter um plano de saúde ou entrar dentro de um processo de fazer a cirurgia privada, não desista da cirurgia.

Se você tem comorbidades, se você tem um problema com a obesidade, você vai se beneficiar muito dessa cirurgia. Mesmo que demore dois, três, quatro anos para chegar lá, persista, porque a persistência é a chave do sucesso para tudo na vida e eu tenho certeza de que se você persistir, vai vencer e vai conseguir fazer sua cirurgia.

Plano de saúde cobre bariátrica?

Agora, aqueles que possuem plano de saúde e desejam realizar a cirurgia bariátrica, também precisam seguir regras e critérios específicos.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) exige um período mínimo de dois anos de acompanhamento da obesidade para que configure “falha no tratamento clínico” e o paciente possa realizar a cirurgia pelo plano de saúde.

Portanto, é importante verificar o contrato do plano e garantir que você esteja fora do período de carência para esse procedimento.

Sempre recomendo que os pacientes busquem ter algum vínculo com algum plano de saúde antes de realizar, mesmo que seja básico, isso traz segurança quanto a custos imprevisíveis s 

Exames exigidos

Quanto aos exames pré-operatórios, uma série de procedimentos deve ser realizada para garantir a segurança do paciente durante a cirurgia.

Além dos exames básicos, como endoscopia, ultrassom de abdome total e avaliações médicas endocrinológicas, nutricionais, psicológicas e cardíacas.

Todo esse cuidado é para identificar todas as comorbidades que você tem de maneira adequada e para que o ato anestésico seja seguro.

Exames extras

Os exames mencionados anteriormente são fundamentais, porém, eu, Dr. Rodrigo Barbosa, enfatizo a importância de compreender completamente todas as condições médicas do paciente antes de qualquer intervenção.

Para isso, então, muitas vezes eu peço pHmetria e manometria. 

A pHmetria avalia até onde o ácido estomacal sobe e se ele sobe. Então, pode e deve ser feita para ajudar a escolher a técnica mais adequada ao paciente, principalmente quando temos dúvidas.

A manometria consiste, basicamente, em exames para avaliar o funcionamento do seu esôfago, o que também ajuda a gente escolher a técnica mais adequada.  

Além desses, prezo muito por fazer ultrassom da tireoide. Isso porque já identifiquei nódulos cancerígenos em alguns pacientes pré-operatórios de bariátrica porque a obesidade é um fator de risco para esse câncer, inclusive em homens.

No Instituto Medicina em Foco a especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Dra. Rafaella Bruhn, atua na prevenção das doenças da tireoide e do câncer de tireoide. Assim, atuamos de maneira multidisciplinar em todo o processo 

Também é importante averiguar o fluxo venoso nas pernas. Existem varizes mais importantes para dar alguma orientação extra ali dentro da profilaxia de trombose. Para isso, também conto com médicos cirurgiões vasculares nessa jornada: Dra. Adriana Marco Antônio e Dr. João Maffei.

E, por fim, se o paciente for um pouco mais idoso, também é importante realizar o ultrassom das carótidas. Porque com ele é possível identificar placas ateroscleróticas (placas de gordura) que dificultam o ato anestésico e podem até chegar a causar um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Nesse sentido, a Dra. Dra. Valessa Tanganelli, especialista em Cardiologista e Ecocardiografista, é a indicação assertiva no diagnóstico.

Em resumo, tanto para realizar a cirurgia bariátrica pelo SUS quanto pelo plano de saúde, é necessário seguir um processo rigoroso e estar ciente dos critérios e exigências estabelecidos.

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