Retocolite Ulcerativa
Quais os sintomas da retocolite ulcerativa?
A retocolite ulcerativa – ou colite – é uma doença inflamatória intestinal (DII) que ataca a parede do intestino grosso, também chamada de cólon. Ela provoca uma inflamação caracterizada por edemas, erosões e úlceras. Esse problema é mais comum nas partes finais do intestino grosso e do reto.
Os sintomas da retocolite ulcerativa variam de acordo com a gravidade da doença. Eles costumam surgir aos poucos, e vão agravando com a evolução do quadro.
Geralmente, o primeiro sinal da enfermidade é um episódio de sangramento retal e de baixa intensidade. A situação ocorre isoladamente, semanas ou até meses antes que o paciente identifique qualquer outro sintoma.
De maneira geral, as manifestações mais frequentes são:
- Diarreia.
- Sangue nas fezes.
- Dor abdominal.
- Dor na hora de evacuar.
- Incontinência.
- Febre.
- Anemia.
- Perda de peso.
- Cansaço e fadiga.
- Dificuldade de crescimento em crianças.
Manifestações
Além disso, cerca de 25% dos pacientes desenvolvem sintomas além do trato intestinal.
No entanto, apenas em 10% dos casos, a doença já se apresenta com sinais em outros órgãos, como:
- Artrite e osteoporose.
- Infecções nos olhos e nas vias aéreas.
- Tromboembolismo venoso.
- Desenvolvimento de doenças no fígado e nas vias biliares.
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Quais são as causas da doença?
Ainda não se sabe quais são as causas exatas da retocolite ulcerativa. Atualmente, a teoria mais aceita aponta que a doença possui origem autoimune.
Como isso ocorre? O sistema imunológico tem a função de produzir anticorpos, visando combater algum tipo de vírus ou bactéria.
Contudo, em virtude de alguma situação anormal, a hipótese é de que o corpo começaria a produzir células, atacando o próprio intestino por engano em vez de defendê-lo.
Essa explicação é sustentada, porque é comum encontrar linfócitos “T” e autoanticorpos contra células do cólon nos locais de inflamação.
Fatores de risco da retocolite ulcerativa
Apesar de existir alguma obscuridade referente às causas da doença, há fatores de risco que são comumente aceitos:
- Histórico familiar.
- Uso exagerado de anti-inflamatórios.
- Noites mal dormidas.
- Quantidade insuficiente de fibras na alimentação.
- Excesso de gordura animal na alimentação.
- Falta de vitamina D.
- Sedentarismo.
- Gastroenterite por Salmonella ou Campylobacter.
Quais os tipos de retocolite ulcerativa?
A retocolite ulcerativa recebe classificações diferentes conforme a área atingida:
Proctite ulcerativa: limita-se à região do reto.
Proctosigmoidite ulcerativa: afeta o reto e o cólon sigmoide.
Colite extensa: compromete o reto, o cólon sigmoide e o descendente.
Pancolite: essa enfermidade atinge todo o cólon.
Quais são os níveis de gravidade da doença?
A retocolite é dividida em três níveis de acordo com a sua gravidade. Essa diferenciação é considerada muito importante, pois, desse modo, os médicos podem receitar o tratamento mais adequado para cada caso.
Leve
Os sintomas leves da doença incluem, no máximo, quatro evacuações ao dia, que podem ser com ou sem sangue. Entretanto, não é constatado emagrecimento ou febre.
Também pode haver cólica, dor ao evacuar e constipação. No entanto, as dores não costumam ser intensas nessa fase.
Moderado
Os casos moderados de colite incluem os pacientes que têm mais de quatro episódios de diarreia por dia, com a presença de sangue. Também há manifestação de dor leve ou moderada, assim como pode ser detectada uma anemia leve.
O indivíduo apresenta febre baixa nesse grau da condição. Por outro lado, ele consegue se alimentar de forma satisfatória e não existe grande perda de peso.
Grave
Nos quadros bem severos de retocolite, o paciente é acometido com mais de seis episódios de diarreia com sangue ao longo do dia. Há febre, taquicardia, anemia e cólicas intensas.
Felizmente, apenas 1% dos pacientes já iniciam com os sintomas graves da doença. Na maioria dos casos, a enfermidade se apresenta de forma leve e progride com o passar do tempo.
Como é feito o diagnóstico?
A retocolite é diagnosticada por meio do exame de colonoscopia e da biópsia de áreas atingidas e também não comprometidas.
Porém, há contraindicações da colonoscopia para pacientes que apresentam o quadro grave da doença, necessitando, inclusive, de internação. Nessas situações, esse exame pode gerar lesões ou até perfurações na região.
Então, nos casos severos, o procedimento mais recomendado é a retossigmoidoscopia, pois o endoscópio busca alcançar apenas o sigmoide.
Após detectar a doença, o médico pode pedir exames laboratoriais, que são importantes para entender a gravidade do problema e o real estado de saúde do paciente. Nesse tipo de análise, é viável definir, por exemplo, se o paciente apresenta quadro de anemia.
Existem tratamentos disponíveis para retocolite ulcerativa?
As condutas terapêuticas disponíveis para a retocolite ulcerativa podem aliviar os sintomas e até mesmo resultar na cicatrização total da mucosa do cólon. A abordagem prescrita pelo médico vai variar de acordo com a gravidade do problema.
Nos casos leves e moderados de proctite ou proctosigmoidite, é indicada a administração de fármacos com ação anti-inflamatória, como a mesalazina, por via retal. O tratamento completo costuma durar de 4 a 6 semanas.
Para aqueles que apresentam mais de uma recaída por ano depois do tratamento interrompido, recomenda-se, normalmente, o uso prolongado da mesalazina por via retal.
Vale destacar que os pacientes de proctite ou proctosigmoidite ainda podem ser tratados com enemas ou supositórios de corticoides, entre outras substâncias farmacológicas.
Já nos quadros de colite extensa de leve a moderada, geralmente, os médicos receitam medicamentos orais, como mesalazina ou sulfassalazina (antimicrobiano), além de enemas do primeiro componente por 2 meses. O tratamento oral deve ser mantido de maneira prolongada, para evitar reincidências.Se o quadro de colite for grave, são utilizados remédios mais agressivos.
Quando a cirurgia é indicada?
A cirurgia pode curar a retocolite de forma definitiva. Todavia, esse procedimento requer a retirada do cólon e do reto.
Por isso, a intervenção cirúrgica é recomendada em casos mais graves, quando há perfuração ou hemorragia incontrolável, por exemplo.
Portanto, é fundamental procurar por um médico e seguir o tratamento à risca, para evitar que o problema se agrave.