Cirurgia bariátrica em São Paulo: maiores ganhos

02/05/2024 - 12:00

Continuando nossa série com tudo sobre bypass, vamos falar das consequências da cirurgia bariátrica a longo prazo. Por isso, já começarei este texto com uma frase impactante. Saiba que a principal consequência de realizar uma gastroplastia, de modo estatístico, é o aumento do tempo de vida. 

Diversos estudos demonstram que pacientes que fizeram cirurgia bariátrica têm como resultado o aumento da sobrevida. Isso ocorre mesmo para aqueles pacientes que voltam a ganhar peso posteriormente. 

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, conduziram um estudo que também indicou um aumento no risco de mortalidade em homens antes dos 70 anos. Este risco passou de 19% em indivíduos com peso normal para 29,5% naqueles moderadamente obesos.

Portanto, se você fez ou está em busca de cirurgia bariátrica em São Paulo, tenha em mente que essa é a principal consequência de uma bariátrica: mais tempo de vida e com uma maior qualidade. 

Tendo isso em mente, falaremos também de eventos não tão positivos que podem ocorrer, principalmente em indivíduos que não seguem as recomendações médicas pós-cirúrgicas.

Consequências da cirurgia bariátrica a longo prazo: anemias

A anemia em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pode manifestar-se em dois tipos distintos.

A primeira é a anemia megaloblástica, atribuída à deficiência de vitamina B12. A segunda, anemia ferropriva, resultante da carência de ferro. Ambos os nutrientes desempenham papéis essenciais na saúde dos pacientes que passaram pelo procedimento de bypass gástrico.

Anemia megaloblástica

No que diz respeito à vitamina B12, os sintomas de sua deficiência são notáveis. Eles incluem: comprometimento da memória, formigamento nas pernas e dor nas panturrilhas.

A percepção de sintomas incomuns, bem como um declínio no raciocínio, pode indicar deficiência de vitamina B12. A absorção da vitamina pode ser comprometida mesmo com a ingestão de alimentos ricos neste nutriente, devido às alterações intestinais decorrentes da cirurgia.

Pacientes que sofrem de anemia megaloblástica recorrente, geralmente se beneficiam de suplementação contínua de vitamina B12, muitas vezes administrada de forma sublingual ou por meio de injeções periódicas semestrais, ou anuais, dependendo da necessidade individual.

Importante salientar, que apesar de não ser a melhor de via administração, a utilização da vitamina convencional oral, especialmente doses extras manipuladas, tem sim impacto e vários pacientes jamais precisarão repor esse tipo de vitamina, mesmo tendo o bypass, principalmente aqueles que suplementam corretamente.

Anemia ferropriva

O uso diário de suplementos de ferro é altamente recomendado, principalmente em conjunto com sucos cítricos, pois a vitamina C aumenta a absorção do ferro. Além disso, alimentos ricos em proteínas animais são fontes importantes de ferro e devem ser consumidos regularmente. 

É fundamental compreender que a anemia pode não ser causada pela cirurgia em si, principalmente nas mulheres. A causa pode ser sangramentos recorrentes, como no caso das mulheres durante o período menstrual. Recomenda-se, portanto, o uso de dispositivos intrauterinos (DIU) para controlar o fluxo menstrual excessivo e prevenir a anemia. Outros métodos para inibição da menstruação também, como injeções ou chips, também são recomendados.

Para pacientes com anemia ferropriva persistente, a administração de injeções intravenosas de ferro é preferível à suplementação oral, uma vez que a absorção oral de ferro é menos eficiente.

Opções terapêuticas mais avançadas, como a carboximaltose férrica (Ferinject), permitem uma única injeção anual, proporcionando um suprimento adequado de ferro ao longo do ano, e está disponível em minha clínica. 

É crucial realizar exames periódicos para monitorar os níveis de hemoglobina e ferro, para ajustar a suplementação de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.

Para aqueles que praticam atividade física intensa e desejam ganhar massa muscular, a adequada ingestão de ferro é especialmente importante para garantir um desempenho físico ótimo, e adequada performance.

Deficiência de cálcio: osteoporose e osteopenia

Tendo discutido anteriormente sobre a importância da vitamina B12 e da adequada ingestão de ferro, é crucial abordar também a questão do cálcio, muitas vezes negligenciada por cirurgiões, endocrinologistas e nutrólogos. 

Se você é um paciente submetido à cirurgia bariátrica ou busca por cirurgia bariátrica em São Paulo, é importante saber que a incidência de osteopenia precoce é significativamente maior no paciente que fez um bypass do que na população em geral.

Por essa razão, recomenda-se que os pacientes que passaram pelo procedimento de bypass gástrico realizem densitometria óssea em uma idade mais precoce, aos 40 anos, em comparação com a população em geral, que geralmente a realiza aos 50 anos.

Essa antecipação do exame é essencial, pois permite a identificação precoce de qualquer sinal de diminuição do cálcio nos ossos.

A suplementação diária adequada de cálcio é fundamental para garantir uma reposição suficiente deste mineral no organismo, visando evitar a possível deterioração óssea decorrente da cirurgia bariátrica. 

Além disso, é importante destacar que o objetivo não é desencorajar a realização da cirurgia, mas sim enfatizar a importância de uma reposição adequada de nutrientes para garantir uma recuperação saudável e a prevenção de complicações como a osteoporose.

Portanto, seguir um protocolo de suplementação de cálcio de forma consistente e correta é essencial para preservar a saúde óssea e minimizar os impactos negativos da cirurgia bariátrica.

É fundamental que os pacientes entendam que, com uma reposição adequada de nutrientes e um acompanhamento médico regular, é possível prevenir problemas como a osteoporose. E, assim, e alcançar resultados positivos após a cirurgia. Isso também vale para aqueles que não realizaram cirurgia, pois a osteoporose é muito comum em toda população após os 60 anos.

Consequências da cirurgia bariátrica a longo prazo: reganho de peso

Além das questões já abordadas, uma das consequências da cirurgia bariátrica a longo prazo é o tratamento reganho de peso após a cirurgia.

No entanto, uma reflexão inicial a ser feita é considerar qual seria o peso atual do paciente se ele não tivesse passado pela cirurgia bariátrica.

A intervenção cirúrgica tende a prevenir ganhos excessivos de peso, mas é importante buscar ajuda caso ocorram sinais de reganho de peso após o procedimento.

Em situações como essa, é necessária  investigar se houve alargamento da anastomose. Isso é corrigível por meio de técnicas endoscópicas como o uso de plasma de argônio ou suturas endoscópicas.

Além disso, exames como o estudo de deglutição (esofagoestomagofuodenograma -EED) podem ser realizados para avaliar o tamanho do novo estômago e verificar se houve dilatação.

Para casos de reganho, saiba que os medicamentos para emagrecimento são mais eficazes nos pacientes operados, aproveitando a restrição alimentar e a redução na absorção de nutrientes proporcionadas pela cirurgia.

Portanto, é essencial procurar a equipe multidisciplinar responsável pelo acompanhamento do paciente após a cirurgia bariátrica assim que surgirem sinais de reganho de peso.

Existem diversas estratégias e intervenções disponíveis para auxiliar na manutenção do peso adequado e na prevenção de complicações a longo prazo. É importante agir proativamente para evitar que a situação se agrave.

Se você gostou das informações compartilhadas, não deixe de se inscrever no canal do YouTube e continuar acompanhando nossa série com tudo o que você precisa saber sobre bypass. E, caso você esteja buscando um especialista em cirurgia bariátrica em SP, saiba que o Dr. Rodrigo Barbosa é uma excelente opção! 

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